Cinco argumentos para investir em mercados financeiros
Steven Santos — Diretor de Corretagem e Plataforma de Trading do Banco de Investimento Global
Steven Santos é o responsável pelas áreas de Corretagem e Plataformas de Trading do BiG – Banco de Investimento Global, onde acompanha traders, investidores particulares e institucionais e analisa diversos mercados com base em análise técnica e macroeconómica. É certificado em Dealing pela ACI Financial Markets Association e frequentou formações avançadas de Gestão de Carteiras na Universidade de Cambridge e de investimento em obrigações na Católica-LISBON. Comenta regularmente a atualidade dos mercados financeiros para órgãos de comunicação nacionais. É autor do livro “O Manual do Trader” um manual que foi escrito para quem quer entrar no mundo dos mercados financeiros, quer para investimento a longo prazo, quer para trading de curto prazo.
Este livro foi escrito para quem quer entrar no mundo dos mercados financeiros, quer para investimento a longo prazo, quer para trading de curto prazo. Foi produzido como um manual prático sobre bolsa, que não só descrevesse conceitos mas que explicasse como analisar e tomar decisões de investimento em situação real; que não só falasse sobre a gestão de uma carteira mas que lhe mostrasse como criar o seu plano de trading.
O livro partilha diversas estratégias de investimento e de trading, sempre com a missão de o ajudar a reduzir o dinheiro parado e a aumentar a riqueza. Depois de o ler, faltará apenas passar à ação e começar a investir!
De forma sumária, o meu nome é Steven Santos, trabalho em mercados financeiros há 10 anos e, para assinalar este marco, foi publicado um livro físico da minha autoria, onde apresento todas as estratégias e conhecimentos que gostava de ter sabido antes de fazer o meu primeiro investimento em bolsa! Neste momento, sou o diretor de Corretagem e Plataformas de Trading do BiG, banco especializado em poupança e investimento.
Uma parte importante das minhas responsabilidades é a formação de investidores, guiando pessoas que estão a dar os primeiros passos no fascinante mas por vezes complexo mundo dos investimentos financeiros, e o acompanhamento à negociação, apresentando comentários e análises a diversos mercados, desde ações, matérias-primas, Forex e criptomoedas. Aqui faço um pequeno apanhado de argumentos para começar a investir em mercados financeiros
O primeiro capítulo do meu livro chama-se “Porquê investir em bolsa?”. Esta pergunta é muitas vezes feita por clientes e amigos e aqui apresento o que me parecem ser bons motivos para investir nos mercados financeiros.
Mas, antes disso, é necessário poupar, ter dinheiro que não nos faz falta no dia-a-dia e que podemos investir, abdicando de gratificação e consumo no momento presente, com a perspetiva de obter um retorno sobre o investimento algures no futuro, dando-nos mais liberdade para realizar os nossos objetivos pessoais.
Apresento cinco argumentos para se investir em bolsa:
1.º argumento: a inflação, o “prejuízo silencioso” ou o “imposto silencioso”.
A inflação era um conceito muito teórico perdido nos livros de economia e quase esotérico, mas que agora é real e todos sabemos o que nos custa no bolso. Nunca imaginei ao escrever estas linhas que iria o livro iria sair neste contexto global onde o preço das matérias-primas dispararam, algumas mais de 50%, o que se desdobra e impacto o preço dos restantes bens no mercado.
Aqui o que defendo é que uma das melhores formas de combater a inflação é investir em ativos de crescimento que valorizam com o tempo. É importante referir que, ao investir nos mercados, estamos inerentemente a tomar parte de uma parcela destas empresas e a beneficiar do crescimento dos seus negócios e da sua inovação, alguns dos quais beneficiam dos ciclos de inflação.
Portanto, aquelas poupanças mais clássicas em Portugal , que infelizmente estão enraizadas na cultura e conhecemos nas nossas famílias, como os certificados aforro e os depósitos a prazo, têm rentabilidade negativa face a uma futura inflação.
Sublinha-se aqui o primeiro aspeto que menciono, e do inicio ao fim do livro a ideia é incentivar a reduzir o dinheiro parado e aumentar a riqueza de forma passiva, económica e devo sublinhar democrática. Digo “democrática”, porque não precisamos de despender muito tempo e todos nós podemos tomar este tipo de iniciativa sem sair de casa e sem ocupar tempo.
2.º argumento: o rendimento passivo.
O rendimento ativo é aquilo que ganhamos das 9h às 18h, por cada hora eu recebo um X, mas assim que saio do trabalho deixo de receber absolutamente nada, no entanto, podemos criar fontes de rendimento passivo, em que o dinheiro trabalha para nós mesmo que estejamos a dormir, a divertir-me ou a viajar.
Aqui o investimento financeiro gera riqueza de duas formas. Primeiramente pode gerar riqueza através da valorização do preço do ativo, onde compro um ativo a 10 euros e a determinada altura no futuro valoriza para 12 e, ao vender, 2 euros serão lucros.
E, em segundo lugar, a obtenção de lucros periódicos. No caso das ações e ETFs são os dividendos e no caso das obrigações temos os cupões. Portanto, o rendimento passivo é fundamental para a performance a nível financeiro: quanto mais fontes de rendimento produzir, maior autonomia vamos ter e menos dependência do nosso empregador criamos e naturalmente teremos melhor qualidade de vida.
3.º argumento: exposição a ativos de crescimento.
Historicamente, os ativos financeiros valorizam ao longo do tempo, em linha com o crescimento das economias onde as empresas operam. Nalguns casos, de forma substancial como é o caso da Tesla e da Microsoft, que são empresas muito inovadoras e que conseguem ter esse potencial de gerar retornos muito superiores a outros investimentos.
No caso das ações, dos índices e dos ETFs, como sou um co-proprietário, não há um limite máximo para aquilo que posso ganhar com a valorização do preço; o ganho é potencialmente ilimitado, mas a perda possível está limitada, pelo que a assimetria positiva é-nos benéfica.
4.º argumento: a diversificação.
Podemos até eliminar o risco de perda através da compra de várias ações e instrumentos financeiros diferentes ou de um “cabaz” de ações onde podemos ter 50, 100 ou até mais ações dentro de um único instrumento, que me permite diversificar de forma imediata o meu risco. A este instrumento chamamos de fundo de investimento cotado em bolsa, ou ETF.
Como afirmou Markowitz, prémio Nobel da Economia em 1990, o único almoço grátis do investimento é a diversificação: ao comprar ativos diferentes e o menos correlacionados possível, o investidor recebe um benefício (menos risco) ao abdicar de pouca rentabilidade a longo prazo.
Há também uma diversificação de país: ao comprar ações de empresas alemãs ou norte-americanas, o investidor português ganha com o forte crescimento económico de duas potências mundiais sem sair de casa, diminuindo a dependência do país onde vive, trabalha e possui bens. Se o país onde vivemos cresce pouco, podemos compensar o património com ativos detidos em países onde existe maior crescimento económico e prosperidade!
5.º argumento: a preparação para a reforma.
A baixa natalidade, o envelhecimento da população e a insustentabilidade da segurança social são ameaças que preocupam os portugueses. Portugal é o segundo país com o envelhecimento mais alto da UE, pelo que haverá nas próximas décadas uma grande pressão sobre a Segurança Social.
Uma forma de garantir uma reforma confortável e independente é poupar e investir ao longo do tempo. Quanto mais cedo começar a investir, melhor, não só porque o esforço de poupança será menor, mas porque terá mais tolerância às variações de mercado e tempo para recuperar o valor, mesmo que ocorram crises económicas. A maioria das pessoas sobrestima o que pode ganhar num ano e subestima o que pode alcançar em cinco anos.
Na realidade, há vários níveis de risco, cada um com um retorno esperado proporcional ao risco. Não veja a poupança e o investimento como sacrifícios, porque poupar e investir proporcionar-lhe-ão maior tranquilidade e liberdade de escolha no futuro, visto que terá mais dinheiro. Por isso, aproveite e comece a investir! Fique a conhecer o meu livro “O Manual do Trader” aqui.
Um abraço,
Steven Santos